Instante
Regina
Lucia Barros
Corpos
que se enlaçam num abraço mudo...Silêncio. Infindáveis murmúrios. Corpos
quentes, suados, sôfregos de prazer... Ah! O prazer do êxtase de quem sente o
infinito. Nesse jogo paradoxal onde a ternura e a violência se diluem em gestos
inconstantes, nos encontramos. Meio que zangados, mas, enternecidos com o
encontro. Os dedos ágeis se misturam na busca de cada canto e recanto de nossos
corpos. O quarto, cúmplice silencioso,
acolhe nossas buscas...Cada vez mais insolentes. Ah! De quanta insolência o
amor se veste e se descobre no desnudamento das nossas resistências! E, nesse
instante de desvairado amor, ouvimos nossos sussurros cada vez mais
inconvenientes se escutados fora da noite e do nosso quarto. Suados. Cansados e
intrépidos não paramos e nesse tempo circunstante de delírio, nos despedaçamos
de amor, prolongando-se indefinidamente naquele momento. Desnudados nos
fartamos em mil infinitos prazeres. Ah! Que espécie de graça nos oferece a
natureza! O gozo... O encontro de quem faz amor e sexo sem censura. Percebo que
o tempo, naquele momento, pára... Eterniza-se num segundo e, então, é que
descubro a mortalidade do prazer sentido quando ele se desvanece.
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