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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Agosto


                        Regina Barros Leal

        Julho está quase findando, e ai vem Agosto, conhecido como o mês do desgosto.  Deus queira que não se confirme o dito popular. Espero que Agosto venha trazendo emoções exultantes. Aguardo mais ternura, coragem de enfrentar os desassossegos cotidianos, capacidade de brilhar no céu vestido de estrelas, deliciar-me com banhos no mar encrespado de ondas, e atravessar o tempo sem tropeços maiores.
        Agosto poderá trazer risos, gargalhadas sonoras, viagens incomuns, desejos, e muita vida! Encher de rosas o caminho que percorro, quem sabe? Perfumando e embelezando meu itinerário errante. Nem sempre, óbvio. Mas o que é o óbvio? Nem sei. Não traz dúvidas, embora possa ser cheio de dúvidas para outros. Paradoxo. Percepções e viventes diferentes.

         Assim montada no meu cavalo alazão, vou criando sonhos impensáveis, galopando e cortando o céu, ora azul vibrante, ora vermelho ardente. Setembro vem por ai e com ele a esperança de melhores dias, mais abraços, mais gente preenchendo a vida e muito amor nas noites de lua cheia. A vida é uma poesia!

TEMPO CHUVOSO

TEMPO CHUVOSO
                                               REGINA BARROS LEAL


MEU CORAÇÃO NO TEMPO CHUVOSO
ENTRISTECE NO TEMPO CHUVOSO
ALEGRA-SE NO TEMPO CHUVOSO
CONTRADIZ-SE NO TEMPO CHUVOSO
AMARGURA-SE NO TEMPO CHUVOSO
REJUVENECE NO TEMPO CHUVOSO

Reencontro inefável!

Reencontro inefável!
                                                             Regina Barros Leal

Entrei na carruagem dos meus sonhos
Corri pelas nuvens e arrojada rasguei o tempo, abrindo gretas no passado
Reencontrei a mulher, a mãe, a proteção, a meiguice.
Sorvi o seu sorriso inconfundível e deixei-me invadir pelo inefável encontro
Abracei-a e alcancei o calor materno, o aconchego generoso
Seu perfume de rosas, seu olhar penetrante e sua severidade terna fundiram minha alma em seu amor incondicional.
Segurei suas mãos generosas. Sabe?  Àquelas que ofertam ternura!
Minha mãe, Já faz tempo que só a encontro nos meus sonhos coloridos!
Consigo sorrir, brincar, dançar e chorar ...lagrimar de saudade ao acordar
Essa é a esperança que me torna forte…auspiciosa.
Eu sei que posso sonhar, se a realidade não permite o encontro
Se o inevitável nos condena
Se o finito nos limita
Voltar a sonhar...sonhar e deixar-me envolver nessa dimensão de possibilidades.
Vale à pena!


Conforto

 

Conforto

                                          Regina Barros Leal


                  Dizia para si mesma. Seu consolo estava na crença do que fazia sentido em sua vida. Sim, fazia sentido mesmo o que parecia não ter. Buscar o nexo das situações, das coisas que acontecem é buscar o seu significado. Seriam a mesma coisa? Seria a essência?  Aí então percebia a incomensurável disposição do ser humano em descobrir elos que parecem esquecidos.

            Viver é jogar-se na plenitude do tempo sem esquecer a natureza do relativo e do finito. Multiplicidade e entrelaçamento de espaço e tempo. Diálogo entre ordem e desordem. Como então sentir o infinito na compreensão do ser finito?  Como compreender o devir, o ser, quando sequer temos a consciência do tempo humano? O que fazer com o tempo se ele se reveste de uma dimensão não alcançável pela finita natureza humana?  Incógnita?  O homem. O tempo. O inalcançável. A humanidade do homem.

Conforta-me saber que não estou só na imperscrutável penumbra desses pensamentos. A buscas do sentido dá significado a existência do homem. O estar sendo. O devir.  Desconstruir para reconstruir significados temporais. Quem não busca? Por mais difícil que seja, o homem ao pensar sobre a sua existência, expressa um movimento, uma andança que pode ser uma trajetória de sonhos. Ou pesadelos?

O que alivia? Gosto de saber que a vida é um mistério, um belo dia bem vivido, uma dor aparada, um sentimento de amor. Ah! A beleza da generosidade dos homens. E porque tanta angústia?
        Não sei.







Perplexidade!
       
                        Regina Barros Leal

Olho a noite da janela do meu quarto aconchegante
Respiro languidamente e o percorro com um olhar sedento de inspiração
Ao meu redor vejo os quadros, frutos de mãos e mentes criativas
Observo a jangada, a rede de pescar, o barco, os peixes, o samburá e as iscas
Homens e mulheres do mar, despenteados, emagrecidos e empobrecidos.
 A Maria Fumaça com sua magia de trem a vapor num passeio sem rumo
No lado esquerdo, um comboio arrastando-se ao som do tempo
E o jarro de flores na mesinha de madeira?
 Posta-se à frente da estante de madeira de lei.
Perto, logo junto a janela, uma rua estreita com andantes da noite, solitários errantes da vida.
De repente, paro e controlo meus pensamentos, pois jorram memórias em suas telas
Ouço gargalhadas e gritos de surpresa! Ruidosos de entusiasmo da arte final
Quedo-me diante da indizível emoção! 
Compartilhei, por um segundo um tempo diluído numa dimensão expandida.
 É noite!
E madrugada adentro continuo pasmada diante do inusitado.
Vejo-me diante da beleza do estético cenário e descanso o espírito
Dormi ao chegar o dia.


              

Quem sou eu

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Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.