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quinta-feira, 3 de março de 2022

BEIJA-FLOR Regina Barros Leal

 

BEIJA- FLOR


Contemplo os pássaros, espargindo alegria

São os beija-flores! Que no canto, encantam!

Descobre-se no voo, o belo em perfeita harmonia

Como os afetos eternos que nos alcançam e fascinam

 

As rosas exalam o perfume, o aroma perfeito

Os pássaros sorvem o néctar, com delicadeza

O belo se expande, no magistral e pleno feito

A natureza expressa, a inspiradora beleza

                                                                                                          

Diante desse espetáculo, face ao seu esplendor

Contemplo em êxtase, o mistério infinito

E as lágrimas mergulham, no oceano do amor

                                                                       

Assim, enlevada, escrevo sonetos, e lindas canções 

Exalto a vida, o cosmo, a infindável grandeza

Vivendo no agora, registro o poético, das sutis emoções

                                                          

Anotações - Foi maravilhoso o sentimento de gratidão diante do encanto da natureza. Minha alma alegrou-se. Versos criados na Oficina de poesia.

 

 

 


Beatriz 

                             

Eis que ela vem formosa!

Ô menina esperada!

Alegria esplendorosa

Na certeza da chegada

 

Tão pequenina semente!

Germinada no amor

Brotarás como uma flor

Nos braços que te afagam

 

Sentirás, eu sei

O doce perfume de rosas

Encherás de alegrias o mundo

Com suas dádivas generosas

 

Nos sussurros de teus pais

Ouvistes melodias

Sons de afagos essenciais

Emoções luzidias!

 

No coração da vovó fez nascer

A indizível esperança de ter

Um tempo bem alongado

Para te ver crescer

 

                                                           De sua avó Regina

 

Anotações - Com a notícia de que nasceria a primeira neta, abri suavemente meu coração para o sentimento de avó, já tão conhecido por mim. Mas era uma menina!!!

ESTAÇÃO DOS VENTOS Regina Barros Leal

 

ESTAÇÃO DOS VENTOS                      

                                                    

A estação dos ventos

Leva sonhos, tristezas e mágoas

Carrega ainda, os velhos barcos sem rumo

Forma ventanias e arrasta o invisível

O insólito, o inesperado

O poeta diz:

Às vezes ouço passar o vento;

e só de ouvir o vento passar,

vale a pena ter nascido

 

Escuta!  diz a voz:

- A estação dos ventos fortes

Traz igualmente alegrias, variação nos ares

Transforma ventanias em sopro divino

Alcança os céus em delicada harmonia

A alma baila no espaço infinito

Tal qual passageiro com destino certo

Perguntei ao vento: - Então, quem somos?

Escuto com nitidez:

- São os seres do universo, parte do UNO

Brisas da eternidade

Anotações - O poeta a que me refiro é Fernando Pessoa.  Inspirada nos ventos fortes. No meu espaço, ao abrir as janelas, o vento voraz adentra sem pedir licença, derruba tudo. Ventania!!

 

 

 

ANTÍTESE                      

 

Os dias sucederam silenciosos, como se partissem e voltassem em surdina

Os longos trajetos sinalizavam o bem e o mal, no curto instante

As nuvens de sombras e claridades adornavam o céu de rosas

Esperançosa, corria sem norte na expectativa circunstante

Do outro lado, o mar de águas valentes soluçava em crespas ondas

 

À noite, enquanto a lua se vestia de dourado, acinzentava-se de dor

Ali, na profunda fresta de si, olhava para o alto e a fé reacendia em risos

O peito arfava na busca d’alma, sentiu certo temor

As palavras sussurravam imperceptíveis no místico paraíso

 

Nem sei ao certo o que digo, confusa na chegada e no percurso das partidas

O sol de cachos amarelos encontra a noite adornada com seus véus de prata

E eu, em regozijo pleno, crio raízes na rasa terra de sonhos e ilusões perdidas

 

Mas ei que vejo os fios de ouro! Eles me ligam ao eterno cosmo

No inefável cenário, desperto e adormeço na atitude grata

Eis, que o dia nasce e envelhece, no diáfano mistério da vida

 

Anotações - Nesse dia em que escrevi o poema, estávamos na Oficina de Poesia, presencial, da Nova Acrópole (NA) numa aula sobre antítese, paradoxo (figuras de linguagem).

 

 

 A MAGIA DO OUTONO

         

Além disso, quando o poeta canta sua obra para lhe dar vida, ele se torna um com seu canto. Ainda que ele vá e venha, a melodia brota sempre dele. Ela está indissociavelmente ligada com sua respiração, sua força, sua alegria. (TAGORE)

 

 

No florescer da alma em plenitude! Os abraços fraternos

Firma-se uma convicção. A consciência da eternidade

No corpo, a envelhecência! N’alma a colheita de frutos eternos

Estação revelada na fé, na prudência e na humildade

 

As folhas secas dos belos galhos surgem das árvores em mudança

O espelho reflete a magia do entardecer, que nos acolhe e acalma

No rio da esperança, a leveza e a sinfonia cantante do vento 

Entoa melodias de amor, realiza a colheita indizível da alma

 

Alcança a paz, transbordando de amor à humanidade

E o riso espontâneo abre-se como pétalas de rosa

Refletindo a consciência e a convicção da eternidade

Enfim, o outono é motivo de poesia e esotérica prosa

 

 

 

 

 

 

SUSSURROS

                                                  A poesia é a linguagem dos anjos. (Machado de Assis)        

                                                

Parei e sussurrei em minha mente curiosa

Onde andam? Aqueles que nos dão amor

Parei, e sussurrei em minha mente otimista

Certamente, eu sei! Estão orando com fervor

 

Fiquei atenta a mim, ao tempo e ao vento

Senti um frescor calmante, na minha cabeça raspada

Ouvi uma melodia distante, pois minha alma cantava

Senti ternura e amor no circunstante momento

 

Compreendi o real significado da amizade leal

Apeguei-me às pessoas, sem dores, nem saudosismos

Cantei o “abra alas que eu quero passar” sem sofismo

Dancei e saltitei nas nuvens do luar de prata ofuscante

 

Sussurrei canções de ninar, como mãe de bom coração

Recomecei, corajosa na era da fé e da convicção

Toquei nas rosas brancas e flutuei no rio de águas claras

Chorei de alegria, cri na fraternidade que alcança as estrelas

 

Anotações - pensamentos soltos, nascidos da saudade e dor. Reconheci, no momento, a generosidade da natureza, a felicidade de viver no agora.

 

O ENCONTRO D’ALMA

 

Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos, pois, a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo. (Rumi).

                                                          

          

Eu nem percebi o significado da vida

Na dor, afastei-me de tudo, nada fiz!

Olhava atônita e eu não existia...

Assim, os amores e sabores desapareciam

 

Busquei-me e não me vi, nem me ouvi

Não seria esse vazio, a vida? Neguei

Então, vi meu Eu flutuante

Senti leve temor! Por que não renascer?

 

Se existo senão, buscando o sentido divino do Ser?

Acolho a ideia, e me apego à vida

Sem esbanjar vontade e sem fadiga

Procurei meu ser no Uno, esse é o caminho

 

Abri minha mente, veio a Sabedoria

No poema, a bela sinfonia

No espírito, a eternidade sem medidas

Quem sou eu

Minha foto
Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.