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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

 

O ENCONTRO D’ALMA

 

Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos, pois, a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo. (Rumi).

                                                          

          

Eu nem percebi o significado da vida

Na dor, afastei-me de tudo, nada fiz!

Olhava atônita e eu não existia...

Assim, os amores e sabores desapareciam

 

Busquei-me e não me vi, nem me ouvi

Não seria esse vazio, a vida? Neguei

Então, vi meu Eu flutuante

Senti leve temor! Por que não renascer?

 

Se existo senão, buscando o sentido divino do Ser?

Acolho a ideia, e me apego à vida

Sem esbanjar vontade e sem fadiga

Procurei meu ser no Uno, esse é o caminho

 

Abri minha mente, veio a Sabedoria

No poema, a bela sinfonia

No espírito, a eternidade sem medidas

 

Anotações - poema criado na Oficina de Poesia da Nova Acrópole, de forma presencial, nos laboratórios de criação. Naquele momento, eu pensava na espiritualidade e nas questões que a envolviam, na ocasião.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 30 de novembro de 2022


 

 

 

Finitude em versos

 

                                              

Fui caminhar com as pernas cansadas

No trajeto, vi a consciência despertar

Resgatei eras, fases belas e plasmadas

Abri gavetas, vivi emoções exumadas

 

Minha alma cantou, e senti o frescor da vida

Os ciclos da existência, a minha doce presença

Concebi o recomeço, o meio, o chegar, o partir

 O infinito, a eternidade, senti cheiro de alecrim

 

Na consciência da impermanência, gemi a dor

Pensei, existem outras vidas? Reminiscências?

Se há outras? Passarão?! ...Orei com confiança

Acalmei assim, minha alma volátil e itinerante

Que teimosa, continua sua jornada consciente

 

 

 

 

 

Talvez você esteja buscando nos galhos o que só encontramos nas raízes. (Rumi)

 

 

 

 

 

 

 

 

O eu lírico

 

 

Mostra o poeta o seu eu, o caminho de si

A porta fechada, a janela aberta, uma trilha

Um desânimo, uma euforia instável, a prova

O fio de prata, o ferro batido, o ouro polido

 

Desponta o término, sem data, incógnita

O início, o portal do infinito, o mistério

O sagrado, o imo de si, o êxtase etéreo

O adeus ao acaso, aos eternos enigmas

 

O poeta verseja fé e segue o seu coração

Acende o fogo divino, pleno de esplendor

Chora partidas nas tristes e belas canções

Resgata a alegria, nos muitos versos de amor

 

 

 

 

Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem triste, sou poeta (Cecilia Meireles)

 

 

 

 

 

ANÔNIMO

O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. (Guimarães Rosa)

                                      

Caminhava na multidão e, atônita, me senti um pedaço de qualquer coisa

Não tinha identidade, era mais um rosto anônimo na massa sem forma

O medo a assustava e seu corpo movia-se sem rumo, sem rota, nem direção

Eram bramidos de luta, de indignação, de raiva, faíscas de violência

Horas no perturbado afã, onde suas mãos abanavam o vento, sem zelo

Não sei quanto de loucura transviada

Só sei que me perdi na multidão

Custou uma eternidade para me encontrar

Pois nem olhava para dentro ... estava à margem    

Precisei demolir os muros da euforia insólita

Parei. Entendi...

Encontrei meu Eu em sintonia com as forças divinas

Serenei o coração

Saí da multidão e assim, refutei a solidão.

Mudei meu horizonte

 

 

Anotações - Poema escrito durante o isolamento social por conta da pandemia, numa noite em que o céu não tinha estrelas e, a saudade impregnava o quarto, grudando-se nas paredes.

 

 

 

ANTÍTESE                      

quinta-feira, 3 de março de 2022

BEIJA-FLOR Regina Barros Leal

 

BEIJA- FLOR


Contemplo os pássaros, espargindo alegria

São os beija-flores! Que no canto, encantam!

Descobre-se no voo, o belo em perfeita harmonia

Como os afetos eternos que nos alcançam e fascinam

 

As rosas exalam o perfume, o aroma perfeito

Os pássaros sorvem o néctar, com delicadeza

O belo se expande, no magistral e pleno feito

A natureza expressa, a inspiradora beleza

                                                                                                          

Diante desse espetáculo, face ao seu esplendor

Contemplo em êxtase, o mistério infinito

E as lágrimas mergulham, no oceano do amor

                                                                       

Assim, enlevada, escrevo sonetos, e lindas canções 

Exalto a vida, o cosmo, a infindável grandeza

Vivendo no agora, registro o poético, das sutis emoções

                                                          

Anotações - Foi maravilhoso o sentimento de gratidão diante do encanto da natureza. Minha alma alegrou-se. Versos criados na Oficina de poesia.

 

 

 


Beatriz 

                             

Eis que ela vem formosa!

Ô menina esperada!

Alegria esplendorosa

Na certeza da chegada

 

Tão pequenina semente!

Germinada no amor

Brotarás como uma flor

Nos braços que te afagam

 

Sentirás, eu sei

O doce perfume de rosas

Encherás de alegrias o mundo

Com suas dádivas generosas

 

Nos sussurros de teus pais

Ouvistes melodias

Sons de afagos essenciais

Emoções luzidias!

 

No coração da vovó fez nascer

A indizível esperança de ter

Um tempo bem alongado

Para te ver crescer

 

                                                           De sua avó Regina

 

Anotações - Com a notícia de que nasceria a primeira neta, abri suavemente meu coração para o sentimento de avó, já tão conhecido por mim. Mas era uma menina!!!

ESTAÇÃO DOS VENTOS Regina Barros Leal

 

ESTAÇÃO DOS VENTOS                      

                                                    

A estação dos ventos

Leva sonhos, tristezas e mágoas

Carrega ainda, os velhos barcos sem rumo

Forma ventanias e arrasta o invisível

O insólito, o inesperado

O poeta diz:

Às vezes ouço passar o vento;

e só de ouvir o vento passar,

vale a pena ter nascido

 

Escuta!  diz a voz:

- A estação dos ventos fortes

Traz igualmente alegrias, variação nos ares

Transforma ventanias em sopro divino

Alcança os céus em delicada harmonia

A alma baila no espaço infinito

Tal qual passageiro com destino certo

Perguntei ao vento: - Então, quem somos?

Escuto com nitidez:

- São os seres do universo, parte do UNO

Brisas da eternidade

Anotações - O poeta a que me refiro é Fernando Pessoa.  Inspirada nos ventos fortes. No meu espaço, ao abrir as janelas, o vento voraz adentra sem pedir licença, derruba tudo. Ventania!!

 

 

 

ANTÍTESE                      

 

Os dias sucederam silenciosos, como se partissem e voltassem em surdina

Os longos trajetos sinalizavam o bem e o mal, no curto instante

As nuvens de sombras e claridades adornavam o céu de rosas

Esperançosa, corria sem norte na expectativa circunstante

Do outro lado, o mar de águas valentes soluçava em crespas ondas

 

À noite, enquanto a lua se vestia de dourado, acinzentava-se de dor

Ali, na profunda fresta de si, olhava para o alto e a fé reacendia em risos

O peito arfava na busca d’alma, sentiu certo temor

As palavras sussurravam imperceptíveis no místico paraíso

 

Nem sei ao certo o que digo, confusa na chegada e no percurso das partidas

O sol de cachos amarelos encontra a noite adornada com seus véus de prata

E eu, em regozijo pleno, crio raízes na rasa terra de sonhos e ilusões perdidas

 

Mas ei que vejo os fios de ouro! Eles me ligam ao eterno cosmo

No inefável cenário, desperto e adormeço na atitude grata

Eis, que o dia nasce e envelhece, no diáfano mistério da vida

 

Anotações - Nesse dia em que escrevi o poema, estávamos na Oficina de Poesia, presencial, da Nova Acrópole (NA) numa aula sobre antítese, paradoxo (figuras de linguagem).

 

 

 A MAGIA DO OUTONO

         

Além disso, quando o poeta canta sua obra para lhe dar vida, ele se torna um com seu canto. Ainda que ele vá e venha, a melodia brota sempre dele. Ela está indissociavelmente ligada com sua respiração, sua força, sua alegria. (TAGORE)

 

 

No florescer da alma em plenitude! Os abraços fraternos

Firma-se uma convicção. A consciência da eternidade

No corpo, a envelhecência! N’alma a colheita de frutos eternos

Estação revelada na fé, na prudência e na humildade

 

As folhas secas dos belos galhos surgem das árvores em mudança

O espelho reflete a magia do entardecer, que nos acolhe e acalma

No rio da esperança, a leveza e a sinfonia cantante do vento 

Entoa melodias de amor, realiza a colheita indizível da alma

 

Alcança a paz, transbordando de amor à humanidade

E o riso espontâneo abre-se como pétalas de rosa

Refletindo a consciência e a convicção da eternidade

Enfim, o outono é motivo de poesia e esotérica prosa

 

 

 

 

 

Quem sou eu

Minha foto
Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.