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terça-feira, 10 de julho de 2012


De repente o sorriso
                                                               Regina Barros Leal

A primavera chega
O sorriso das crianças orvalha a varanda da casa
Correndo os duendes surgem com suas artimanhas malucas
A sonora gargalhada da menina fujona ecoa no salão de festa
O sol adentra o sobrado em sua soberania
Maria corre em alvoroço pela estrada larga
Afoita tenta apanhar os raios de sol que se espalham
Busca  colher os sonhos que esperou durante o inverno
Rigoroso, maltratou os peixes do aquário antigo
Ressecou as papoulas do portão de ferro da velha casa
Machucou as plantas em sua forma gélida, branca e endurecida
E os sonhos se perdem no espaço, quebrados, esvaídos
Maria sorrindo despede-se da brancura da neve
 e abre alas para a primavera vestida de cores.


Fantasia
                                               Regina Barros leal
Deito-me
Banho-me na cachoeira de meus sonhos arrojados
Debruço-me no chão de minhas paixões extravagantes
Meu cabelo molhado tem cheiro de primavera
Sorrio com o vôo das borboletas
Observo o andar suave das garças que passeiam no meu paraíso
O verde da grama em que piso me lembra o tapete mágico das estórias infantis
Deito-me e olho para o céu de minha imaginação
Vejo nuvens e lá está o dragão encantado e a ovelha fujona
Fecho os olhos e sinto-me perto do mundo encantado das fadas
Doce fantasia!
Árvores enormes me protegem do vento forte
Delicio-me com a paisagem indecifrável de minhas ilusões
Toco as rosas, enrosco-me nos galhos dos eucaliptos e sorrio com o vento.
Ah! Quem me dera poder eternizar esse momento de doce magia.
Desperto



O tempo do envelhecer
                           
        Regina barros Leal
Os olhos embaçados pela tristeza
O andar lento e temeroso  
Um rosto distante com fortes marcas do passado
O amor companheiro
O humor esgarçado
Pequenas fissuras nascidas da convivência
No cotidiano, o desalento do amor esmaecido
O tempo se esvai e carrega tanto a dor quanto a alegria
Os enormes olhos pretos e sedutores se foram
Transcendendo o hoje, ainda busco a magia da recordação
Encontro o amado, o amante e os beijos apaixonados
 A beleza da cumplicidade em cada gesto
O companheiro tão doce em mil situações
Rude no desatino da desesperança
Temperamental e amante ardente
O tempo passou, eu sei
Ah! Mas os seus cabelos brancos me enternecem

Quimera
Regina Barros Leal
                                              
Subo arrojada em seu dorso queimante
Seguro firme as rédeas de minha fantasia
Audaciosa, cavalgo confiante pelos campos distantes
Soberbo, relinchando e sacudindo a crina
Meu cavalo alazão corre pela estrada aberta das minhas ilusões
Na cavalgada alucinante busco as estrelas fulgurantes
 Tocando-as, descubro minha alma em êxtase
 Eufórica, vejo as nuvens pairando no céu de meus desejos
Atravesso os tempos e a ancestral visão do passado me atordoa por segundos
Respiro sorvendo o ar que enche meus pulmões de energia pulsante
Na impetuosa aventura vou cortando os edens de minhas quimeras
Delírios reticentes
 Abro fendas no tempo enfrentando as tormentas do medo
Seguro as rédeas do meu sonho para não cair no precipício da alucinação
O vácuo, a leveza do corpo me entontece
 Suave sensação de liberdade!
Sorvo o vinho paradisíaco da magia do passeio inebriante
Estou em paz e tudo se harmoniza
Acordo em sobressalto com o barulho dos ventos de verão

Quem sou eu

Minha foto
Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.