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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CARACTERÍSTICAS DO FACILITADOR INTERACIONAL[1]

CARACTERÍSTICAS DO FACILITADOR INTERACIONAL[1]


1. O PERFIL DESEJÁVEL
Mais uma vez, vamos basear-nos no pensamento de Rogers (1984b: 55-75) para analisar as características a que deve obedecer ao perfil do facilitador em processos de interação humana.
Contexto filosófico e atitudes. O facilitador deve partir do princípio de que o grupo tem condições para poder desenvolver as suas próprias potencialidades e as dos membros que dele fazem parte. Neste sentido, o grupo pode ser perspectivado como um organismo que tem o sentido da sua própria direção.
Por outro lado, o grupo tem a aptidão natural para reconhecer no seu processo de funcionamento e de desenvolvimento os fatores que não se apresentam como saudáveis, centrar-se neles e filtrá-los ou eliminá-los, possibilitando desta forma que se torne mais saudável.
Ao grupo não deve ser imposto um objetivo específico, dado que este tem competências para desenvolver as suas próprias direções e fins que mais lhe convêm.
Por sua vez, será conveniente que o facilitador procure, tanto quanto possível, tornar-se tão participante do grupo quanto facilitador.
Por outro lado, o facilitador deve sentir-se responsável para com o grupo, mas não responsável pelo grupo. Este princípio em nada contraria o sentido de responsabilidade que o facilitador deve assumir na relação com os outros.
A criação do ambiente. É função de o facilitador disponibilizar-se para acompanhar o grupo, sem, no entanto o dirigir. Não é fácil esta posição. De fato, espera-se que o facilitador não dirija o grupo, mas na realidade não se espera dele que se desresponsabilize, sobretudo em situações de crise individual ou coletiva.
Aceitação do grupo. Aceitar o grupo é uma atitude fundamental por parte do facilitador. Com efeito, à semelhança da atitude positiva incondicional, já referida, espera-se que o facilitador aceite o grupo de uma forma empática. Quer dizer, que aceite o grupo a partir do seu próprio ponto de vista ou daquilo que ele próprio deseja para si.
Aceitação do indivíduo. Reportamo-nos agora à aceitação do indivíduo que é participante num grupo. Da parte do facilitador deverá haver disponibilidade e compreensão para aceitar qualquer participante que pretenda identificar-se ou não com o grupo. Deverá ser deixada ao participante a possibilidade de se comprometer ou não com os processos grupais nos quais está inserido.
Compreensão empática. Diz respeito à tentativa permanente do facilitador em compreender o significado exato daquilo que o participante expressa ou pretende expressar ao grupo.
Atuar de acordo com o que se sente. Significa que o facilitador deve sentir-se liberto para expressar os seus próprios sentimentos, tal como os sente no momento, quer em relação ao grupo como um todo, quer a um indivíduo ou a si mesmo como facilitador.
Confrontação e feedback. Significa que da parte do facilitador deve haver a capacidade de enfrentar os ataques que lhe são dirigidos sem contra-atacar as defesas dos seus opositores.
Expressão dos próprios problemas do facilitador. Do facilitador espera-se que obtenha um equilíbrio entre a liberdade de expressar os seus próprios problemas e partilhar os seus sentimentos e o respeito pelo papel que tem de desempenhar.
Evitar o artificialismo. Não faz parte do papel do facilitador, no âmbito deste modelo, que ele proponha medidas de atuação artificiais, e muito menos que as imponha ao grupo, a menos que os participantes assim o desejem.
Evitar os comentários interpretativos. Fazer comentários interpretativos aos membros do grupo ou aos processos que nele ocorrem é considerar o grupo como uma massa de indivíduos, sem responsabilidade, e por isso não os respeitar enquanto pessoas. Se houver de fazê-los, que seja um dos participantes do grupo, mas nunca o facilitador.
A potencialidade terapêutica do grupo. O facilitador pode normalmente contar com os membros do grupo para exercerem a função terapêutica. Mas isto não significa que o facilitador não deixe de se envolver como pessoa, sobretudo nos casos mais complicados.
Movimento e contacto físico. O grupo deve sentir da parte do facilitador a liberdade suficiente para poder movimentar-se fisicamente no seu próprio espaço ou para que os participantes se toquem fisicamente, sempre que o acharem necessário.
Tornar-se pessoa. O facilitador deverá procurar tornar-se cada vez mais uma pessoa, ao invés de se manter fechado na armadura do seu papel.
 
2. O QUE O FACILITADOR NÃO DEVE SER (FAZER)
Seguindo de novo o pensamento de Carl Rogers (1984b: 75-78), vejamos as características ou o que um facilitador não deve fazer.
Explorar excessivamente e abusivamente o trabalho com os grupos
Empurrar o grupo para fins pessoais, mediante a manipulação
Avaliar o grupo em termos de êxito ou de fracasso, pelo seu dramatismo
Partir do princípio de que há um único tipo de técnicas para lidar com os grupos
Fazer o grupo centrar-se nos próprios problemas do facilitador, não ficando desta forma disponível para os participantes
Impor exercícios ou atividades, do tipo: vamos todos…
Deixar de participar emocionalmente ou pessoalmente no grupo, mantendo-se distante, como perito – capaz de analisar o processo do grupo e as reações dos seus membros através de um conhecimento superior.
BIBLIOGRAFIA
Rogers, Carl (1984a), Tornar-se Pessoal, Lisboa, Moraes Editora.
Rogers, Carl (1984b), Grupos de Encontro, Lisboa, Moraes Editora.



[1] Fernando Nogueira Dias

Um comentário:

  1. Oi Professorinha Querida
    Passei para dar uma olhada como está seu blog...
    Só postagens interessantes!!!
    Quero registrar que conhecer você, foi um dos presentes mais lindo que Deus me proporcionou receber esse ano.
    Obrigada por fazer parte da minha história.
    UM 2012 CHEIO DE CONSQUISTAS!!!
    Grande beijo
    Paty
    Paty.

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Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.