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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO




O Professor Universitário no Processo
Ensino – Aprendizagem

Liliana Saraiva de Oliveira - Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Professora Universitária e procuradora do CEFET/MA.
"... Mestre não é quem sempre ensina, mas quão de repente aprende."
João Guimarães Rosa
1. INTRODUÇÃO

Alcança-se o êxito no processo ensino-aprendizagem quando se coloca como fator essencial a harmonia no relacionamento entre professor, aluno e filosofia educacional utilizada. O professor universitário é peça fundamental nas instituições de ensino superior. A universidade cresce quando tem um quadro de docentes capacitados e um apoio técnico-administrativo eficiente e de qualidade. As experiências práticas aliadas ao conhecimento teórico adquiridos despertam nos alunos a necessidade de aperfeiçoamentos constantes contribuindo, com efeito, para o nascimento de um grande profissional, independentemente da sua área de atuação, na sociedade ao qual está comprometido em buscar melhores condições de vida.

2. MÉTODOS DE ENSINO

"O professor, ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições externas e procedimentos a que chamamos métodos de ensino". (Libâneo, p.150).

A busca freqüente pelo cumprimento dos objetivos traçados pelo professor para atingir a aprendizagem de seus alunos faz com que a maioria das relações de ensino-apredizagem envolvam mais de um método de ensino, até porque, as classificações existentes são apenas para objeto de discussão entre os mestres do assunto. Haja vista que se torna extremamente difícil localizar com exatidão o ponto em que se transforma em outro, mesmo se analisados em pequenos segmentos do processo total.

Na verdade, a cumplicidade que deve ocorrer durante todo o processo de ensino aprendizagem baseia-se, principalmente, na escolha certa do método de ensino e demais procedimentos didáticos a serem aplicados pelo professor; levando-se em consideração o público alvo, a matéria a ser ministrada e o objetivo maior a ser alcançado.

Para o Mestre Libâneo, em seu livro intitulado "Didática", os métodos de ensino podem ser classificados segundo seus aspectos internos e externos. Daí então, entende-se pelo primeiro os passos e funções didáticas e procedimentos lógicos de assimilação da matéria, e, pelo segundo, a existência dos diversos métodos, tais como: método de exposição pelo professor; método de trabalho relativamente independente do aluno; método de elaboração conjunta e método de trabalho em grupos.

De uma maneira superficial, poder-se-ia afirmar que cada conteúdo determina o método a ser utilizado pelo professor, porém, toda e qualquer explicação sobre o assunto a ser ministrado deve ter como propósito a transmissão de conhecimentos direcionados à possível compreensão do alunado. Assim como, para que o docente possa exigir trabalhos individuais e em grupo precisa previamente ter oferecido orientações e conhecimentos básicos para que o aluno consiga mostrar o que aprender extra-sala de aula, ou seja, o resultado do processo ensino-aprendizagem.

Vale ressaltar, ainda, que é na escola progressista que se observa que a questão dos métodos se subordina à dos conteúdos, ou seja, os métodos de ensino utilizados devem favorecer a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos dentro da realidade social vivida por cada grupo. Na intenção de que por um esforço próprio o aluno consiga ampliar suas experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de sua trajetória educacional. Reforçando, portanto, a idéia inicial de que não existe o método certo e sim o professor que sabe trabalhar com todos os métodos existentes e que se preocupa com a aprendizagem discente como objetivo final de sua missão de educador.

3. O PAPEL DO PROFESSOR

"Um professor competente se preocupa em dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo". (Libâneo, p. 252).

A pedagogia progressista crítico-social dos conteúdos zela pela autoridade do professor e aquisição de conteúdos pelos alunos. Não há como se colocar professor e aluno em pólos diferentes ou incomunicáveis. O processo ensino-aprendizagem se concretiza a partir do relacionamento entre o educador e o educando.

"Ensinar é uma arte", alguém fez esta afirmação que vem se repetindo ao longo dos tempos e que , com efeito, diz muito; senão tudo, no processo educativo. O professor é um verdadeiro artista e o ensinar é a oportunidade que utiliza para ter reconhecido seu valor. A sala de aula é o palco mais difícil principalmente porque o artista precisa saber transmitir o que sabe, reconhecer o que não sabe e estimular o querer saber. Onde o improviso acaba tomando de conta do texto original, conforme a aceitação da platéia, buscando sempre a melhor maneira de cumprir seu papel suprindo a necessidade do que deve ser aprendido.
O conteúdo a ser ministrado deve ser planejado de acordo com o alunado, sem contudo, ignorar disciplinas aleatoriamente, porque o que se deve priorizar são os assuntos a serem tratados e a maneira que deverão ser enfocados. Daí então, dizer-se que mesmo em turmas do mesmo nível o conteúdo pode ser explorado de modo diferente, desde que seja seguido um plano de ensino previamente elaborado pelo professor e aprovado pela instituição, para que todos tenham a mesma oportunidade de aprender sobre determinada matéria o que deve ser ensinado.

Ao mestre cabe preparar, orientar e transmitir os conhecimentos sobre o tema de sua aula. É seu dever conhecer como funciona o processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Pois, além de professor, ele será sempre ser humano, com direitos e obrigações diversas.

O professor tem papel importantíssimo no processo educacional, pois que é o profissional do magistério que fomenta em seus alunos o desejo de crescer, aprender cada vez mais e vencer sempre todas as batalhas que surgirem ao longo do seu caminho, para obtenção do sonhado sucesso profissional ou até mesmo a satisfação pessoal.

4. O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

"... Cabe ao professor-educador descobrir, efetivamente, como ser sujeito em diálogo com a realidade, com o aluno; ao aluno, fazer-se sujeito em diálogo com o professor, com os demais companheiros, com a realidade social política, econômica e cultural, para que nessa busca de interação seja construída a universidade, que jamais poderá existir sem professor e aluno voltados para a criação e construção do saber engajado, por isso transformado."(Cipriano, p.44)

O ensino é sem dúvida a atividade principal do profissional do magistério. Não basta só a formação teórica para que o professor se destaque no seu grupo. A prática educacional é o caminho mais eficaz para obtenção do êxito docente. Haja vista que a Didática, como disciplina pedagógica, busca destacar-se no processo de ensino a partir de conhecimentos teóricos e práticos aos professores, visando melhores resultados dos clientes.

Nas Universidades pode-se encontrar vários tipos de professores: aquele que tem o dom de ensinar; o que se esforça para transmitir seus conhecimentos e o descompromisso com sua profissão. O professor que tem o dom de ensinar realiza-se numa sala de aula, cresce mais rapidamente na instituição em que é docente e destaca-se por preencher características de MESTRE. O esforçado é diferente, por um motivo desconhecido resolve ser professor, luta bastante para aprender técnicas novas, deseja ser reconhecido seu trabalho e busca sempre seguir o exemplo de um de seus Mestres. Já o descompromissado entra e sai de sua sala de aula sem saber o que fez ou o que gostaria de ter feito, não faz questão de especializar-se por que aquela atividade é passageira e geralmente não passa muito tempo no exercício do magistério superior.

Eis, talvez, o motivo central de professores "bonzinhos"e "durões" no cenário educacional. Geralmente o professor "bonzinho"é facilmente esquecido ou confundido com aquele que não tem domínio da matéria que leciona. Enquanto que o professor mais rigoroso fica na memória de seus alunos por ter transmitido disciplina e conhecimento, pois que força uma aprendizagem externa ou até mesmo independente no seu alunado.
O relacionamento interpessoal do professor-aluno deve ser fortalecido à medida que se pretende conseguir melhores resultados na instituição. A Universidade deve estar voltada para o ensino, pesquisa e extensão com uma política tentadora, pois professores e alunos comprometidos em projetos institucionais certamente serão profissionais melhor qualificados e a Universidade cumprirá seu papel na sociedade.

O processo ensino-aprendizagem depende da competência técnica do professor, que teve uma formação teórica cheia de tecnicismos" e de "critiquices antitécnicas". Sem uma proposta de redefinição dos conteúdos e métodos utilizados, dificilmente se verá mudança nos profissionais do magistério superior. O professor sai da Universidade com os conhecimentos que aprendeu e começa a transmiti-los numa cadeia infinita. Qualquer alteração no processo deve ser feita primeiro na sua origem.
O professor é sempre professor, não importa se universitário ou de primeiro ou segundo graus. A diferença é tão somente no saber se comportar conforme as exigências de cada estágio, turma ou momento vivido.

5. CONCLUSÃO

A importância do processo ensino-aprendizagem para professores e alunos faz com que se acredite que a aprendizagem deve estar voltada sempre para o alunado e que o docente contribui utilizando métodos que facilitarão o entendimento do que será ensinado.
O professor precisa ter consciência de seu papel no contexto educacional para que possa ser um agente transformador da sociedade, um bravo lutador pela valorização do seu trabalho e defensor do ensino superior para todos, como garantia de um País melhor e mais desenvolvido no seu aspecto social, cultural, econômico e político.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano et all. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 6ª ed.
São Paulo: Cortez, 1991.
NERECI, Imídeo. Didática: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1986. 

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