Conforto
Regina barros Leal
Dizia para si mesma. Seu
consolo estava na crença do que fazia sentido em sua vida. Sim, fazia sentido
mesmo o que parecia não ter. Buscar o nexo das situações, das coisas que
acontecem é buscar o seu significado. Seriam a mesma coisa? Seria a
essência? Aí então percebia a
incomensurável disposição do ser humano em descobrir elos que parecem esquecidos.
Viver é jogar-se na plenitude do tempo sem esquecer a natureza do relativo e do
finito. Multiplicidade e entrelaçamento de espaço e
tempo. Diálogo entre ordem e desordem. Como então sentir o infinito na
compreensão do ser finito? Como
compreender o devir, o ser, quando sequer temos a consciência do tempo humano?
O que fazer com o tempo se ele se reveste de uma dimensão não alcançável pela
finita natureza humana? Incógnita? O homem. O tempo. O inalcançável. A
humanidade do homem.
Conforta-me saber que não
estou só na imperscrutável penumbra desses pensamentos. A buscas do sentido dá
significado a existência do homem. O estar sendo. O devir. Desconstruir para reconstruir significados
temporais. Quem não busca? Por mais difícil que seja, o homem ao pensar sobre a
sua existência, expressa um movimento, uma andança que pode ser uma trajetória
de sonhos. Ou pesadelos?
O que alivia? Gosto de saber
que a vida é um mistério, um belo dia bem vivido, uma dor aparada, um
sentimento de amor. Ah! A beleza da generosidade dos homens. E porque tanta
angústia?
Não sei.
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