MINHAS PALAVRAS INICIAIS
Regina Barros Leal
Talvez
não saiba ao certo como tudo começou. Sei do dia em que fiz minha primeira
crônica. Inquieta por não conseguir conciliar o sono, resolvi escrever. Veio
quase de súbito a lembrança da cena no Shopping.
As idéias fluíam impulsivamente. Foi inusitado! A emoção invadiu-me por haver
descoberto a preciosidade da inédita circunstância.
Assim,
iniciei minha travessia. Receosa, tímida, mas determinada a escrever. Descobri
que posso deixar um legado, expressões de uma mulher que, em sua maturidade,
decidiu enveredar por uma trilha que, a meu ver, não terá volta. Não sei o que
virá depois, apenas constatei querer continuar. Despretensiosamente, penetro
nesse universo subjetivo, deleitando-me com o que produzo, ora resgatando lembranças, ora contando fatos
visíveis ao meu olhar atento ao
cotidiano, em outras, a narrativa de emoções e experiências permeadas de
valores sociais, éticos e humanos. Lembro-me também do diário de adolescente,
das cartas escritas aos filhos, dos bilhetes apressados quando das viagens
aligeiradas de trabalho, das poesias juvenis, das cartas de amor, enfim, sutis
vestígios de tempos preciosos.
Sou
uma mulher comum e, por sê-lo, relato fatos corriqueiros, cotidianos,
recortados de subjetividade feminina na tentativa de expressar, com sutileza
terna, a complexidade, acoplada à simplicidade de meu olhar sobre a vida, quer
em tempos idos, quer em ocasiões presentes.
Fagulhas
Literárias não busca retratar toda a trama e a extensão dos significados
humanos de minha existência. Contudo, desnuda fragmentos de uma trajetória ao
longo desses anos, marcando pois, uma singularidade que se mistura aos outros
eu que foram indispensáveis em minha história.
Nesse percurso, revejo pessoas que
se fizeram presentes, ambiências e espaços entrelaçados de amor, saudade,
sonhos e projetos, bem como dor, ansiedade, desabafos e revelações costuradas
com serenidade.
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