Solidão
Regina Barros Leal
O quarto escuro, as janelas
fechadas e pouca ventilação. Deitado, ele se entregava ao desencanto da vontade
perdida. A dor n'alma fragilizava suas forças. Lamentava-se... Um longo
lamento... Falas silentes da solidão.
Na
mesa ao lado, um maço de cigarros e, no cinzeiro de um verde opaco, restos de
cinzas. O cheiro era forte, não só da nicotina que impregnava o ambiente, mas o
odor forte da desilusão, do desencanto de uma alma sofrida revelando um cenário
marcado pelo sofrimento de quem desconheceu a ventura de ser feliz naquele
instante.
Palavras
de estimulo, de compreensão, de paciência eram ditas, mas, João não conseguia
entender. Mostrava-se atônito diante do próprio desengano e derramava o seu
olhar perdido pelos cantos do quarto escuro.
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