Patrícia
Noite agradável. Os ventos de verão
assobiavam nas janelas e, ao penetrarem no ambiente derrubavam objetos mal
colocados. Cantavam, choravam, como uma orquestra afinada. Clarisse fundia-se
no clima solto dos ventos e sonhava.
Como de costume abriu a caixa e
retirou um colar colorido de carnaval de sua caixa de lembranças. Patrícia
sempre a chamava para irem aos clubes em Laranjeiras. Tinha um grupo de amigas
que brincavam e, ela, divertia-se com aqueles sons de batuque dos negros na
passarela e as marchinhas. Laranjeira enchia-se de bandeiras coloridas e
confetes, As praias lotadas de foliões, os bares e restaurantes tocavam constantemente,
buscando a animação carnavalesca.
Os pais de Clarisse amavam os bailes
de máscaras e não perdiam a folia. Muita festa, alegria e lança perfume. Os
clubes lotavam e os carnavalescos animam a cidade.
Nas praças, à tarde, a bagunça dos
foliões do mela ..mela. Uma de loucura total. Clarisse levava os filhos e
Ronaldo detestava O palco das ruas bagunçava-se de maizena, ovos quebrados e,
confetes.
E as escolas de samba do Rio de
janeiro? Festa deslumbrante que enchia os olhos de magia e encantamento. A
letra de cada escola e o motivo escolhido quase sempre destinava-se aos
artistas famosos da Globo, aos temas impactantes do país. Ronaldo a acompanhava,
muito embora não tivesse paciência. Quase sempre dormia.
Vestida de Odalisca, Patrícia
arriscou a sair do clube Atlântico com um rapaz que conhecera na festa. Não
avisou aos pais. Meia noite e ela aparece completamente alcoolizada. Desmaiou e
foi levada às pressas ao hospital por seus pais, Amália e Rogério. Entrou em
como alcoólica. Um grande susto que deixou todos atormentados A festa acabou
para ambas famílias. Carnaval que não findou na quarta feira de cinzas.
Frustação.
Ao voltar para casa, Patrícia,
envergonhada, pediu suas desculpas e fechou-se para os amigos. Seus pais a
castigaram por seis meses. Não participou de festas, nem de aniversários aos
domingos, dos familiares. Castigo cumprido.
O que mais aborreceu sua família foi
saber que o rapaz era um aventureiro, marginal que entrara no clube como
penetra e a seduziu com seu sotaque estrangeiro. No outro dia a polícia
descobriu que ele era um assaltante fichado na cidade vizinha,
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