De
repente o sorriso
Regina
Barros Leal
A primavera chega
O sorriso das crianças
orvalha a varanda da casa
Correndo os duendes
surgem com suas artimanhas malucas
A sonora gargalhada da
menina fujona ecoa no salão de festa
O sol adentra o sobrado
em sua soberania
Maria corre em alvoroço
pela estrada larga
Afoita tenta apanhar os
raios de sol que se espalham
Busca colher os sonhos
que esperou durante o inverno
Rigoroso, maltratou os
peixes do aquário antigo.
Ressecou as papoulas do
portão de ferro da velha casa
Machucou as plantas em
sua forma gélida, branca e endurecida.
E os sonhos se perdem
no espaço, quebrados, esvaídos.
Maria sorrindo
despede-se da brancura da neve
E abre alas para a primavera vestida de cores.
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