ANTÍTESE
Os dias sucederam silenciosos,
como se partissem e voltassem em surdina
Os longos trajetos sinalizavam
o bem e o mal, no curto instante
As nuvens de sombras e
claridades adornavam o céu de rosas
Esperançosa, corria sem norte
na expectativa circunstante
Do outro lado, o mar de águas
valentes soluçava em crespas ondas
À noite, enquanto a lua se
vestia de dourado, acinzentava-se de dor
Ali, na profunda fresta de si,
olhava para o alto e a fé reacendia em risos
O peito arfava na busca
d’alma, sentiu certo temor
As palavras sussurravam
imperceptíveis no místico paraíso
Nem sei ao certo o que digo,
confusa na chegada e no percurso das partidas
O sol de cachos amarelos
encontra a noite adornada com seus véus de prata
E eu, em regozijo pleno, crio
raízes na rasa terra de sonhos e ilusões perdidas
Mas ei que vejo os fios de
ouro! Eles me ligam ao eterno cosmo
No inefável cenário, desperto
e adormeço na atitude grata
Eis, que o dia nasce e
envelhece, no diáfano mistério da vida
Anotações - Nesse dia em que
escrevi o poema, estávamos na Oficina de Poesia, presencial, da Nova Acrópole
(NA) numa aula sobre antítese, paradoxo (figuras de linguagem).
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