Regina
Barros Leal
Olho a noite da janela do meu quarto aconchegante
Respiro languidamente e o percorro com um olhar
sedento de inspiração
Ao meu redor vejo os quadros, frutos de mãos e mentes
criativas
Observo a jangada, a rede de pescar, o barco, os
peixes, o samburá e as iscas
Homens e mulheres do mar, despenteados, emagrecidos e
empobrecidos.
A Maria Fumaça
com sua magia de trem a vapor num passeio sem rumo
No lado esquerdo, um comboio arrastando-se ao som do
tempo
E o jarro de flores na mesinha de madeira?
Posta-se à
frente da estante de madeira de lei.
Perto, logo junto a janela, uma rua estreita com
andantes da noite, solitários errantes da vida.
De repente, paro e controlo meus pensamentos, pois
jorram memórias em suas telas
Ouço gargalhadas e gritos de surpresa! Ruidosos de
entusiasmo da arte final
Quedo-me diante da indizível
emoção!
Compartilhei, por um segundo um tempo diluído numa dimensão expandida.
É noite!
E madrugada adentro
continuo pasmada diante do inusitado.
Vejo-me diante da beleza do estético cenário e
descanso o espírito
Dormi ao chegar o dia.
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