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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

 Em desatino

            Regina Barros Leal

Nessa tarde silenciosa e quente, onde o vento petrificou-se, paro na alameda de meus loucos pensamentos 

Busco respostas e não as escuto. Sumiram

Entristeço, pois ninguém me atende. Um silêncio  cinza

Fico sentada no banco de madeira tosca e  como numa  concha, cubro meu desejo

Tardes quentes, plantas desnutridas,  galhos  secos,    olhos embaçados

Refugo pensamentos  desvairados  que estão em carrilhão e não param

O corpo inerte  mantém-se no lugar, fixado no solo de casa

Olho e não vejo o céu! Estou na cozinha

Vejo panelas de água fervendo e o doce no fogão

Mexe ..mexe e o dor e se revela como minha alma fervente

Mexe com a colher, está  pegando fogo como meus desejos

Pasma em aflição eu nem consigo gritar

Estou na cozinha olhando as panelas

O  poema cozinhando no caldeirão

Então, mais tarde, o almoço  sem tempero, sem gosto e sem nozes

Vou sentir fome depois. 


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Fortaleza, Ce, Brazil
Sou uma jovem senhora que gosta de olhar o mundo de um jeito diferente, buscando encontrar o indecifrável, o indescritível, o inusitado, bem como as coisas simples e belas da vida.